História do edifício do IAM
O edifício do IAM foi o primeiro e é o mais emblemático edifício dos serviços públicos de Macau. No tempo da administração portuguesa, era sede do órgão de administração autárquica de Macau e, após o retorno de Macau à Mãe-Pátria, passou a ser o edifício do IACM. Actualmente, é a sede do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).
O edifício foi reconstruído e restaurado por diversas vezes, até chegar à sua fisionomia actual. Remonta a 1784 a sua construção. Em 1874, teve que se recorrer à sua reconstrução, devido aos estragos que tufões e problemas relacionados com térmites lhe causaram, tendo sido concluído em 1876. A última alteração que sofreu ocorreu em 1940 e, a partir daí, manteve, até hoje, o seu aspecto exterior.
Actualmente, o edifício serve como sede do IAM. No passado, serviu de sede dos serviços do Leal Senado. Então, e para além dos serviços municipais gerais, este incluía o Museu Municipal, a Estação dos Correios, os Serviços da Saúde, o Corpo de Bombeiros, o Tribunal Judicial e a Prisão Central. Ao longo do tempo, esses serviços foram sendo transferidos para outros locais, funcionado independentemente.
A 1 de Janeiro de 2019 foi criado o IAM, cuja sede se situa neste edifício de grande valor histórico e cultural.
Em 2005, o edifício do actual IAM (então IACM), parte do Centro Histórico de Macau, foi declarado Património Mundial pela UNESCO.
Salão Nobre
O Salão Nobre é o local onde têm lugar não só as cerimónias solenes, reuniões, conferências de imprensa, mas também a sessão aberta ao público do IAM, na última sexta-feira de cada mês. No amplo salão, salta à vista antiga mobília em madeira e uma decoração à base de lambris, assim como uma larga sanca pintada à mão.
Capela do Salão Nobre
Numa reentrância do Salão Nobre encontra-se uma pequena capela católica estabelecida em 1940, onde antigamente eram rezadas missas antes do início das sessões camarárias. A capela acolhe as imagens de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e de São João Baptista, padroeiro da cidade.
Sala de Sessões
A Sala de Sessões é utilizada pelo Conselho de Administração para os Assuntos Municipais sempre que tem de realizar sessões ordinárias e extraordinárias ou de proceder à recepção de ilustres convidados.
Biblioteca
Gerida pelo Instituto Cultural do Governo da R.A.E.M., a biblioteca é uma das mais antigas da cidade e uma das mais luxuosas do Oriente, tendo sido elogiada por um jornal inglês de Hong Kong na década de 1950. Entrando em funcionamento em 1929, inspirou-se na biblioteca do Convento de Mafra, em Portugal. Este espaço, com um requintado mobiliário ao estilo D. João V, reúne mais de 20 mil livros, entre os quais preciosos exemplares antigos. Entre eles, está incluído o primeiro jornal português de Macau editado em 1822.
Pedras com História
As paredes do edifício apresentam inscrições de grande valor histórico. Na entrada principal, encontra-se inscrita a designação "Cidade do Nome de Deus, Não Há Outra Mais Leal" atribuída pelo monarca português D. João IV a esta cidade por Macau ter sempre demonstrado lealdade ao Rei de Portugal durante o domínio espanhol (de 1580 a 1640).
Na entrada principal, embutidas na parede, sobressaem esculpidas pedras de elevado valor histórico. São pedras adquiridas em diversos locais de Macau pelo então Museu Luís de Camões, outrora instalado no edifício.
Por cima do arco de entrada do jardim surge, em relevo, a figura da Virgem Maria, relíquia inicialmente da igreja da Santa Casa da Misericórdia – uma das instituições de beneficência mais antigas de Macau. Com a demolição da igreja desta instituição em 1833, o relevo foi colocado neste local.
Jardim
Os azulejos portugueses que decoram as paredes junto ao portão de ferro que dá acesso ao jardim, de cores azul e branco, assemelham-se muito ao tipo de porcelana chinesa Qinghua. No jardim, pontificam duas esferas de pedra, uma com o escudo de Portugal e outra, com a esfera armilar, símbolo da contribuição de Portugal para o Mundo, na época dos Grandes Descobrimentos, da navegação marítima e do espírito de aventura.
É também possível apreciar dois bustos nos dois lados opostos dos canteiros, o busto do mais ilustre poeta português e autor de "Os Lusíadas", Luís Vaz de Camões, e o busto de João de Deus, pedagogo, que relembra os tempos em que várias escolas municipais dependiam do Leal Senado. A fonte ostenta, na parte superior, o escudo real português, e apresenta-se ladeada por ramos de videira.
Galeria e Loja de Lembranças
A Galeria situada na ala direita da entrada principal, entrou em funcionamento em 1985. Ao longo dos anos, tem servido de local para a realização de exposições de arte e de cultura. A Loja de Lembranças, situada na ala esquerda da entrada principal, encontrou em funcionamento em 2012, com a venda actual de lembranças e livros acerca do IAM e de Macau.